Caros leitores,sou o mais novo autor do Lado B de um Disco Trash. Como post inicial, queria abordar um tema relacionado a algo que de forma direta marcou minha vida. Estava eu curtindo meu tempo ocioso, quando me recordei do primeiro CD que ganhei. Eu tinha apenas 10 anos no feliz dia que meu pai me presenteou com o Beatles One, foi amor à primeira vista, meses depois já sabia todas as músicas de cor, e anos mais tarde percebi que aquele dia me trouxe muito mais alegrias que imaginava.
Foi por isso que escolhi agrupar informações que estivessem ligadas ao quarteto de liverpool, formado por Ringo Starr, Paul McCartney, John Lennon e George Harrison. No entanto, os quatro são assunto para outra oportunidade, a intenção é citar alguns músicos que, em momentos oportunos se juntaram ao grupo ou substituíram momentaneamente algum integrante.
Começando por Stuart Sutcliffe, tornou-se amigo de John Lennon no Liverpool College of Art, e dessa amizade surgiu o convite de John para que Stu se tornasse o primeiro baixista do grupo, ele se incomodava muito com o fato de mostrar-se um músico bastante restrito, era comum vê-lo se apresentando de costas para o público. Deixou o grupo para viver com a namorada Astrid Kirchherr (quem sugeriu aos Beatles o estilo Mop Top dos cabelos) em Hamburgo, cidade onde conheceu a jovem durante uma curta turnê. Morreu poucos meses depois de hemorragia cerebral (aos 21 anos de idade). Pauline Sutcliffe sempre disse que a morte de Stu foi desencadeada por uma briga que tivera com John em Hamburgo, segundo ela o beatle teria chutado a cabeça de Stu, causando-lhe lesões que o teriam levado à morte (teoria publicada no livro de Albert Goldman: "The lives of John Lennon"). Porém, quando indagada sobre o fato, Astrid negou a ocorrência deste incidente.
Continuando com Pete Best, filho da proprietária do Casbah Club (local onde os Beatles tocavam, funcionava no sótão da casa de Pete) foi convidado a ser o primeiro baterista do grupo em 1959, onde permaneceu até a partida para a turnê em Hamburgo em 1962, quando foi substituído por Ringo Star. Best já havia sido substituído em algumas gravações e em alguns shows, os produtores se mostravam insatisfeitos com o modo como ele tocava e pela sua falta de criatividade. Pete também demonstrava desinteresse e falta de compromisso em alguns momentos, ficando omisso em muitos acontecimentos. Muitos fãs se manifestaram contra a substituição, chegando a gritar nos shows "Pete forever, Ringo never !". A expulsão do baterista rendeu até livro "Drummed Out: The Sacking of Pete Best", foi escrito em 1988 pelo especialista em história pop Spencer Leight, o autor defende a teoria de que Pete teria sido expulso em virtude dos ciúmes principalmente de Paul. Segundo o autor a revista Mersey Beat relatou: Quando John, Paul e George entravam no palco o público aplaudia mas quando Pete entrava, o público ia à loucura. As garotas gritavam. Pete ganhou popularidade só com sua aparência. Após integrar os Beatles Peter Best trabalhou como padeiro e tocou em outras bandas (nada que compense comentar), hoje ele acompanha o grupo The Beats.
Agora é a vez de Billy Preston, o tecladista e pianista norte-americano iniciou sua carreira tocando em um grupo Gospel, gravou nove discos nesse estilo e outros vinte álbuns solo. O músico participou da gravação dos discos Let It Be (1970), Abbey Road (1969) e White Album (1968). A biografia de Preston é marcada pela colaboração em muitos discos de outros artistas como The Rolling Stones, Eric Clapton, Ringo Starr, The Jackson 5, Quincy Jones, Bob Dylan,George Harrison, John Lennon. Em 1978 enterpretou o Sgt. Pepper no filme de Robert Stigwood, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band.
Enfim, terminando com Jimmy Nicol, em junho de 1964 os Beatles sairiam em turnê pela Escandinávia, Holanda e Austrália. Um dia antes da partida Ringo Star foi atacado por uma faringite que o levou a ser hospitalizado. Pelo caráter inadiável da excursão, mesmo relutantes os outros três integrantes aceitaram a idéia de levar um baterista de estúdio para substituir Ringo, esse baterista era o inglês Jimmy Nicol, que já estava familiarizado com as músicas, pois tocara numa compilação chamada Beatlemania. Star se recuperou e voltou para a banda no dia 15 de junho em Melbourne, Austrália. Nas palavras do próprio Nicol: "Os rapazes foram muito gentis mas eu me sentia como um intruso. Eles me aceitaram, mas não podemos entrar assim num grupo como aquele - eles têm sua própria atmosfera, seu próprio senso de humor. Algo que não é fácil para alguém de fora se adaptar."
Bom, espere que gostem e comentem!
Obrigado, Matheus Carvalho”.
5 Comentários:
É muito bom contar essas histórias para as novas gerações, Matheus! Permita-me apenas algumas observações: como você mesmo disse, a tal "briga" entre Lennon e Stuart não ocorreu. Ele foi agredido por baderneiros em Hamburgo, a cena foi registrada no filme "The John Lennon Story". Quem não gostava dele era Paul, tanto que aceitou tocar baixo para tirar Stu da banda e acalmar Lennon, que não queria a saída do amigo. A sorte foi que Stu preferiu ficar na Alemanha com Astrid, senão a coisa teria ficado feia entre John e Paul, talvez até encerrando a carreira do grupo ali mesmo, antes da fama mundial.
Quem tirou Pete Best do grupo foi o produtor George Martin. Ele mesmo conta isso no livro "Paz, Amor e SGT. Pepper", confira! E Martin quase tirou Ringo do grupo também, se não fosse o rápido convite feito por Lennon, que tinha ficado amigo dele em Hamburgo.
Quando Ringo chegou para a primeira gravação ("Love Me Do"), Martin já tinha contratado um baterista de estúdio. A faixa que ficou no disco de estréia é com o outro baterista, Alan alguma coisa, esqueci agora.
Este episódio foi contado pelo próprio Ringo num especial para a TV (vi no Multishow). Ele, sempre bem humorado, disse que George Martin liga pra ele até hoje, pedindo desculpas por ter chamado outro baterista, sem esperar uma decisão de John Lennon.
Durante os primeiros 10 anos (1956/1966), Lennon comandou a banda. Foi o criador, o idealizador e era o mais velho, o que faz muita diferença quando temos 13, 14, 15 anos. A partir daí, ele foi perdendo o interesse, preferia Yoko. Foi quando o comando passou para Paul, sem que Lennon se preocupasse com isso.
Desculpe o comentário extenso. É que sou beatlemaníaco há 40 anos (comprei o "Abbey Road" no dia do lançamento!) e tenho essas e outras histórias na cabeça durante todo esse tempo.
Aquele abraço!
Matheus.
Com o comentário perfeito do Bill, pouca coisa resta a dizer, a não ser que o teu post está ótimo, e fala de uma das minhas maiores paixões.
Os Beatles, foram um fenômeno inexplicável. Surgiram há 50 anos atrás, fizeram pouquíssimos shows, dois já morreram, e continuam com fãs de todas as gerações até hoje.
Um abraço!
Nossa, bom começo. ;D
Temos post novo lá no Cabaret, se puder, visita lá. ;]
http://cabaretdevenus.blogspot.com
Cara, otimo post, apesar de eu detestar Beatles... eh bom conhecer as outras historias deles...
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