Por Flávio "Pequi" Monteiro
Hoje eu vou mudar um pouco a cara de minhas postagens, colocando algo mais sobre filmes. Adoro cinema, e aqueles que já foram no meu blog, o Pick's NickelOdeon, podem dar uma conferida no que falo. O filme que escolho hoje não é nem de longe um Blockbuster ou um estrondo sucesso comercial de qualquer característica, mas se tornou um trabalho tão intenso, seja pelos poucos recursos empregados na produção do mesmo, seja pela bela fotografia ou pelo tema, totalmente obscuro e, apesar de ser uma obra totalmente fictícia do que realmente ocorreu, encanta pela sua beleza: Aguirre, Der Zorn Gottes, produzido e dirigido pelo alemão Werner Herzog, em 1972. Quem estrelava o filme era o também ator alemão Klaus Kinski, famoso tanto pelo reconhecimento de seu trabalho, tanto também pela sua conturbada vida. Aguirre foi o primeiro de parceira entre este ator e aquele diretor, que teria ainda outros quatro, destancando-se também Nosferatu (1979), e Fitzcarraldo (1982). Rodado no Peru, com locações nos Andes e nos afluentes do rio Amazonas, Aguirre conta uma versão fictícia da expedição de Don Pedro de Ursua (O Brasileiro Ruy Guerra), para achar o famoso El Dorado, lenda criada pelos índios sobre uma terra rica e abundante em ouro. No filme, a expedição é comandada por Gonzalo Pizarro, o conquistador do Império Inca que, vendo as dificuldades da expedição, monta um pequeno grupo comandado por Pedro de Ursua para descer os rios e procurar informações sobre o El Dorado. Para o segundo comando foi escalado Dom Lope de Aguirre (Klaus Kinski), homem ganancioso e perturbado, que acaba por liderar um motim e aprisionar Ursua e seus partidários. A partir daí, sobre o comando de um homem totalmente louco e sedento de poder e glória, a expedição é marcada por diversas tragédias. De acordo com os descritos do início do filme, os únicos documentos restantes desta expedição são os relatos do frei Gaspar de Carvajal (Vivido pelo ator espanhol Del Negro), que narra as alucinações de Aguirre e as consequências para todo o grupo. A verdade é que o frei Gaspar participara de uma expedição na região Andina em 1544, e os seus relatos, sendo que fora um dos únicos sobreviventes, serviram de inspiração para Herzog escrever seu roteiro e dar uma característica mais teatral aos fatos narrados. Na própria expedição narrada, há também fatos que não são historicamente corretos. Gonzalo Pizarro não participou desta expedição, sendo que o comandante da mesma fora Pedro de Ursua, e, a partir daí, Lope de Aguirre tramou um motim, porém sua expedição não se perdeu e foram todos presos na costa panamenha e depois levados a julgamento e condenados a morte por traição. Mas, o objetivo do filme não é se ater a fatos históricos, e sim fazer um tratado, uma análise sobre a loucura humana, sobre como ela pode intervir e persuadir todos a sua volta, e de como sua sedução pode levar a uma morte. O filme foi um marco do cinema "cult" e, de acordo com relatos de Francis Ford Coppola, ele foi uma peça chave para a criação de sua obra-prima, Apocalypse Now, 7 anos depois. Deixo aqui o trailer de cinema, que mostra algumas brilhantes cenas, seja a descida pelas montanhas andinas, a travessia de jangada pelos rios de fortes correntes, enfim...sugiro que assistam, quem quiser uma cópia com legenda em inglês, estamos ai haha. Abraço a todos e comentem!!
Aguirre, Der Zorn Gottes Trailer
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Aguirre, Der Zorn Gottes
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1 Comentários:
Aguirre, Nosferatu e Fitzcarraldo são fimes obrigatórios para quem gosta do verdadeiro cinema.
Para mim, Herzog sempre foi genial (e genioso!).
Parabéns pelo tema e texto.
Um abração!
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