Por: Érick Delemon
Hoje eu vim pra cutucar feridas, e pra querer mostrar que aquele negócio de “política e religião não se discute” é, pra não pegar muito pesado, digno de quem se omite da sociedade e teme conviver com alguém diferente. Concordo, que para um conservador deverá ser difícil trocar idéias e visões de mundo com um social-democrata, mas isso não impede que o tentem. Pode ser divertido, educador e enriquecedor.
E, visto que já arrisquei falar de política uma vez, falo hoje sobre religião. Mas não venho criticar nenhuma enquanto sistemas simbólicos e morais que são invariavelmente em seus diversos matizes. Critico os “fieis” das mesmas e o lapso que tem na educação moral de seus filhos. Devo isso em grande parte à minha mãe, que disse (há muitos e muitos anos) muitas das palavras que vão aparecer bem diluídas no que se segue. E nada me provou o contrário, conquanto mais e mais a minha observação geral da sociedade me provava que se mostrava correta.
Começo com um preceito que parece razoavelmente distribuído na mente urbana de que os pais, desejando dar a seus filhos o máximo de liberdade que não tiveram, dizem basicamente: “ele pode escolher a religião que quiser!” Até então eu não critico nada. O problema vem no passo seguinte: os pais muitas vezes põem seus filhos em escolas que possuem alguma tradição religiosa, mesmo que seja diferente da sua, imaginando que ele encontrará ali um clima mais tranquilo e cordial.
Esses mesmos pais são os desnaturados que jogam sobre a instituição escolar o dever de criação moral de seus filhos e alegando a liberdade do filho não lhe ensinam nada. E não defendo aqui que os pais joguem baldes de suas crenças sobre os filhos. Mas que tenham consciência de suas responsabilidades enquanto pais e guias porta toda uma vida! E que portanto devem – se quiserem, descrever no que consiste suas próprias religiões, mesmo que no mais absoluto enciclopedismo. Mas mais do que isso.
O dever dos pais é mostrar o princípio religioso! Se um pai quer evitar que ele mesmo mostre sua religião para o filho temendo algum tipo de imposição subconsciente, ele deve ter consciência de que enquanto criador de uma célula do tecido da sociedade civil, o pai deve dar a seus filhos o princípio básico de que o filho pode escolher qualquer religião que quiser, e não jogar esse princípio moralizador nas costas das escolas.
O pai que consegue dar liberdade de escolha religiosa ao seu filho e que, contudo, mostra-lhe que em termos de ação, omitir é diferente de mentir, é um grande esclarecedor. Mas se o pai evidencia-lhe que em ambos os casos a verdade não está presente, e que dependendo da situação, mentira e omissão são comportamentos igualmente vis, baixios e danosos a outrem e à própria consciência é muito mais que um esclarecedor.
Reitero que não desejo ouvir crianças falando de Deus a cada esquina só porque é o correto. O correto é elas realmente encontrarem seu caminho, e nele souberem devolver o troco correto e não sacanear alguém só pelo prazer sádico que pulula dentro de si.
E finalizo dizendo que ‘ataco’ a educação religiosa dada aos filhos mais pelo discurso dos pais, defendendo a liberdade e descambando em irresponsabilidade. Para os ateus, a mensagem é a mesma: é só ensinar o garoto a viver corretamente (no sentido moral)! E não achar que colocando ele num lugarzinho bonitinho com professores educados o tornará modelar se os colegas dele não forem educados em casa antes. Em suma eu posso bem dizer: “Ensinai ética aos vossos filhos urgentemente!” E todo meu texto se encontraria resumido nessa frase.
10 Comentários:
Whites Lies é incrivel, o punk deles é muito bom.
Cara, essa semana foi uma correria, to passando para agradecer o selo, breve irei postá-lo. E seu banner já está no Rockeriot, parabéns pelo novo trabalho. Sucesso!
abç
;;)
Mas indo ao que interessa... Achei bem legal o tema.
Principalmente num momento que a religiosidade parece querer voltar aos currículos por interesses que claramente nada têm a ver com cidadania e outras questões proveitosas.
É o caso dessa briga nos EUA pelo criacionismo como teoria da origem humana. Aquilo é motivado por interesses de elites conservadoras que se mantêm no poder, e obviamente não querem que as pessoas se tornem mais pensantes, além de motivar o sentimento de passividade do homem em relação ao mundo.
Curti seu texto. Abraços, cara.
http://solucomental.blogspot.com/
Olá, blog muito legal :)
Parabéns!
Cra.. eu nao conheo esse estilo d música.. se você pduier publciar um m3 pra cownload ae pra eu ouvir... adoraria..
valeu
www.colunasdehercules.blogspot.com
Desatenção, péssimo senso de humor ou incapacidade de perceber coisas além da obviedade?
Pergunto-me o que se passa com o ser acima...
Gostei do texto,ainda mais pela crise moral em que a nossa sociedade está arraigada.A religião na contemporaneidade é mais do que uma imposisão é uma fuga.Poucas pessoas seguem algo que conhecem ou acreditam,apenas seguem uma "moral do rebanho".Admiro muito quem ainda consegue viver baseando-se em suas convicções morais,em uma mundo que estabelece maneiras de agir e pensar de uma forma tão coercitiva,mas muitas vezes as pessoas que se dizem praticantes se fecham em torno de suas ideologias e se esquecem da parte prática.Muito se fala em ser bom,verdadeiro e justo enquanto abraça-se causas cada vez mais egocêntricas.Não é que exista um modelo santinho e humanitário de ser ou que Madre Teresa seja o tipo ideal de ser humano,o fato é que a maioria finge ser o que não é.
Gostei do seu blog e concordo que, independentemente da religião, o mais importante para as crianças é ter exemplos de senso moral e ético. Principalmente em casa. A escolha da religião fica por conta da fé e do amadurecimento de cada um.
Bj
Isso aí, Érick! Sem Ética, não adianta religião nenhuma!
Aquele abraço!
Querido amigo avassalador...
Há diferenças sutis entre religião, fé, e etica... todos deveriam se encontrar na pratica. Porem , isso não acontece.
A etica, deveria ser unica para todos os seres humanos, mas não é.. Existe a religião dissociada da fé.. mas não deveria... e existe a fé isolada de dogmas religiosos...
Ou seja, nossos dias se transformam em um balio de gatos e estamos como "siri na lata".. nos debatendo!
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