domingo, 12 de abril de 2009

A Menina que Roubava Livros

. domingo, 12 de abril de 2009

Por: Giovanna Giannattasio

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Caros leitores, peço perdão pela minha ausência domingo passado, que deveria ter sido meu domingo de estréia. Acabei me enrolando em meio às festividades visigodas, e quando cheguei em casa já não era domingo mais. Perdão mais uma vez.

Pois bem. Estou aqui para falar de um livro excelente que terminei de ler essa semana, e aborda um tema que me fascina, e um dos principais motivos por ter escolhido o curso de História. Tema mais batido impossível, mas que me desperta um interesse imenso, com toda sua obscuridade, tragédia e beleza(?): Segunda Guerra Mundial. O livro é um best-seller, e por isso mesmo já traz uma carga de preconceito dos meus amigos historiadores. Estava em sala de aula com ele em mãos, e ao me perguntarem o que eu estava lendo, e obterem a resposta, vi algumas caretas disfarçadas. Não me importei, pois estava empolgadíssima com a leitura, e prossegui animadamente.

O livro se chama a Menina que Roubava Livros, do escritor australiano Markus Zusak, autor também de Eu Sou o Mensageiro (não li, ainda!), e conta a história de uma garota, filha de militantes comunistas, que se vê de repente sem irmão, sem pais, adotada por uma família de alemães extremamente pobres, e que precisam fazer de tudo para alimentar mais uma boca em meio à guerra, à fome e ao desespero. Um dos fatos mais interessantes, e que chamam a atenção para o sucesso do livro é a narradora dessa triste história. Quem conta a saga de Liesel Meminger á ninguém menos que a Morte. Na leitura, você se encanta com a forma que a narradora vê os acontecimentos e os interpreta, e se diverte com a pressa que ela tem em contar certos fatos adiantadamente, numa ansiedade em expressar tristezas que ela vê na guerra e no comportamento dos homens de poder.

De início, a tragédia na vida de Liesel, dura pouco tempo. Acolhida carinhosamente por seus pais adotivos, ela é criada da melhor forma que os Hubermann poderiam oferecer (dentro das terríveis condições da guerra). Essa é a beleza do livro! Lendo alguns livros didáticos, e mesmo vendo certos filmes que retratam a Segunda Guerra, a impressão que temos é que os alemães em grande parte eram monstros dispostos a esmagar qualquem um que fosse contra seus preceitos. A surpresa dessa história da menina que roubava livros, é nos depararmos com uma família alemã disposta a ajudar quem precisasse, mesmo com toda a sua pobreza, e um pai que tinha suas próprias idéias e não aceitava o preconceito característico à época.

Nos meados da história, a família se vê diante um grande problema, e opta por aceitá-lo: um judeu sem lugar pra onde fugir. Com todos os riscos e gastos que esconder um judeu acarretariam, a família Hubermann não se arrepende em abrir os braços e aceitar o rapaz que sem eles não teria sobrevivido. Judeu de nome Max Vandenburg, que se torna um alicerce para o crescimento de Liesel, e um grande amigo.

Expliquei boa parte do livro, e não contei o porque desse nome. Liesel chega aos Hubermann sem saber ler nem uma palavra, e seu pai adotivo, mesmo com uma escrita e leitura duvidáveis, consegue ensinar a menina, que cria uma paixão por livros notável. Como saciar sua sede de leitura em toda aquela probreza? Ela se vê na necessidade de roubar livros, seja de uma fogueira de livros considerados impróprios pelos nazistas, seja na biblioteca do prefeito da cidade.

Já me adiantei por demais, e por pouco não conto o livro inteiro. Mas realmente foi uma história que me emocionou, e quero deixar aqui um trecho que me impressionou, e que com certeza irá interessar quem ainda não leu o livro. Essa parte aqui citada é uma lembrança da nossa narradora, um devaneio perante ao horror; que até mesmo pra Morte, não era algo fácil de se ver:

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"Nunca me esquecerei do primeiro dia em Auschwitz, da primeira vez em Mauthausen. Nesse segundo local, com o correr do tempo, também passei a pegá-los no fundo do grande penhasco, onde suas fugas acabavam terrivelmente mal. Havia corpos quebrados e meigos corações mortos. Ainda assim, era melhor do que o gás. Alguns deles eu apanhava ainda a meio caminho da descida. Salvei você, pensava comigo mesma, segurando suas almas no ar, enquanto o resto de seu ser – suas carcaças físicas – despencava na terra. Eram todos leves, como cascas de nozes vazias. E um céu enfumaçado nesses lugares. O cheiro fazia lembrar uma fornalha, mas ainda muito frio.
Estremeço ao recordar – ao tentar desrealizar aquilo.
Bafejo ar quente nas mãos, para aquecê-las.
Mas é difícil mantê-las aquecidas quando as almas ainda tiritam.
"

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4 Comentários:

Samba da bola disse...

muito legal bem escrito




http://www.sambadabola.blogspot.com/

Érick Delemon disse...

Já tem uns seis meses que direto as pessoas me indicam esse livro! E agora foi mais um incentivo ótemo gio! ;) Ficou ótimo

Flávio disse...

tai uma boa desculpa por naum ler os textos e matar umas aulas, excelente resenha, ate quero ler o livro...eu acho q naum fiz cara feia sobre ele hahaha...abraços...

Diego? Glommer? disse...

Cara, parece ser um livro legal. Apesar que eu admito ser um dos que olharia com cara feia. hauahauahau

Mas depois de ler sua resenha até me animei a ler em alguma oportunidade. Parece ser interessante.

Tem um filme também legal com uma temática semelhante. Chama-se "O Tambor". Nele um menino de três anos decide não mais crescer e fica assim para o resto da vida. O interessante é que ele vive numa cidade fronteiriça da Alemanha onde habitam austríacos, alemães e polacos. Daí que a coisa fica realmente interessante. Não vou contar mais. Depois se animar, assista.

http://solucomental.blogspot.com
http://ladobdiscotrash.blogspot.com

:)) ;)) ;;) :D ;) :p :(( :) :( :X =(( :-o :-/ :-* :| 8-} :)] ~x( :-t b-( :-L x( =))

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